Inesperado. Eram 15:30, quando o telefone tocou. Inesperado como o agora. Frações de segundos em que tudo pode acontecer.
Dia cheio. Todos falavam aos mesmo tempo e, de repente ouvi lembranças. Falou, falou, mas pouco entendi. Sentia a voz ao meu ouvido e me perguntava, será? Como assim? Tão perto ao ouvido, tão frio e distante.
Desejado. Durante algum tempo, por algumas horas do dia, lembranças alimentavam o desejo de ver, de ouvir. Desejos de matar a saudades por alguns instantes. Frações de segundos preencheriam a ausência.
Fora do ritmo, pensamentos vagam. Conversa solta de desejos reprimidos. Não ouvia, mas falava e escutava. Sabia quem, como, onde. Interminável desenho, onde toco suas cores? Estava longe, mas era logo ali bem perto.
Quando o inesperado chegou não respeitou o desejo. Foi assim, como deve ser, muito rápido. Inesperados 50 segundos como te desejei por horas e horas. Quando há desejo, o tempo deveria parar. Tanto poderia ter sido dito. Desejei escutar um pouco mais. Sentir um pouco mais. Talvez se fosse mais perto.
Passou e não curti o inesperado nem o desejo que nascia com ele. O pensamento também foi rápido em responder "esquece, não foi nada, nem sei o que era". Horas depois, meus pensamentos insistiam em voltar para aqueles 50 segudos no meio da tarde.
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